Essa semana está todo mundo falando sobre um tal de novo PAPA. A televisão fala bem dele porque ele cuida dos pobres, é um homem simples e dispensou o carro a que tinha direito.
Minha mãe me explicou que PAPA é o líder da Igreja Católica. Católica é uma entre muitas religiões que existem no mundo. Pelo o que eu entendi, religião é como a gente vê a vida fora da Terra. Ou seja: a vida que os adultos não entendem.
Vou tentar explicar melhor: nós bebês não precisamos de religião porque nossa relação com Deus é muito próxima. Os adultos crescem, se esquecem de onde vêm e precisam se reconectar ao nosso mundo - e fazem isso através das religiões.
E não confundam: apesar de PAPA parecer PAPAI, não é a mesma coisa não. Aliás, é muito diferente. O PAPA não tem filhos. Ele é uma espécie de Pai para todos os da sua religião.
E não é que falando desse assunto da necessidade dos adultos de se reconectarem com o nosso mundo, lembrei do dia em que definitivamente saí dele?? Foi o dia do parto! Ainda não falei disso pra vocês, né? Pois bem, o negócio é o seguinte: Existem duas maneiras de nascer:
- maneira natural
- maneira feita pelos médicos
Minha mãe achava que nascer na primeira categoria é MUUUUITO melhor. Eu me lembro na gravidez: ela treinava as respirações, pensava sobre isso, falava sobre isso.
Acontece que eu estava com cordão umbilical enrolado no meu pescoço. Eu não sei por que isso aconteceu, mas sei que quando acontece a gente tem que se mexer o menos possível e nem pensar em virar de cabeça pra baixo! Isso eu lembro bem: é a parte de primeiros socorros para quando estamos dentro da barriga da mamãe.
A natureza é sábia: mesmo eu sendo um bebê, já sabia que o melhor a fazer era ficar quietinha, pois correria perigo se tentasse me virar.
E não é que a Mamãe seguiu seus instintos também! Um monte de gente falava pra ela: “Conversa com a tua bebê e pede para ela virar”. Ela sorria e agradecia o conselho. Depois dizia para o papai: “Se ela não está virando, deve ter os seus motivos.”
Pois bem: no começo ela ficou chateada, porque realmente queria que eu viesse pelo jeito natural. Mas depois, ela se conformou e entendeu que não é o tipo de parto que faz uma mãe melhor ou pior; definitivamente, não me trazer ao mundo pela maneira natural não a fez menos mãe!
Sou uma bebê, recém chegada nesse mundo físico meio estranho. E é para desabafar que escrevo aqui, mas também com esperança de que sirva para que vocês - bebês que estão por vir - possam se preparar melhor para o que vão encontrar. E tenho também a esperança, ainda que pequena, de que os adultos – inseguros e confusos – também me ouçam, porque a verdade é que os pais e mães, por mais que nos amem, não sabem nos entender...
Adoro ler os relatos da Margarida e ver a visão dela do mundo.
ResponderExcluirBeijos, Marcia