Todos os dias, minha mãe me leva pra passear. Mas hoje todo mundo resolveu sair pra passear ao mesmo tempo. Todo mundo sorria para mim, eu estava adorando e queria ir mais perto porque era bonito ver tanta gente passeando em conjunto, caminhando e cantando! Mas a mamãe não quis ir mais perto... acho que ela sentia um pouco de medo, apesar de ser tudo muito bonito!
Descobri que esse passeio aconteceu em várias cidades, com várias pessoas, em vários dias. E todo mundo chamou de manifestação.
Pelo que entendi, manifestação é quando um monte de gente se reúne, não para passear, mas para reclamar de alguma coisa. E do que eles estão reclamando?
Na televisão explicaram de vários jeitos o que está acontecendo... mas eu fiquei confusa. Até que meu pai falou sobre algo que eu nem sabia que existia: os adultos escolhem algumas pessoas pra organizar a vida em comum de todo mundo que mora no nosso país. Quero dizer, a vida do mundo físico, porque o pensamento e o amor são livres.
Essas pessoas que organizam a vida do país são escolhidas por todos os adultos, só que, não sei como, esses “escolhidos” começaram a fazer coisas que não foram combinadas! Então, os manifestantes se cansaram de esperar pelo combinado e resolveram falar para seus escolhidos que não estão gostando do que está sendo feito.
Ufa, deve ser muito difícil falar com os escolhidos, porque é muita gente, em muitas passeatas, em muitos dias... por que eles demoram tanto para escutar? E por que será que os escolhidos não estão fazendo o que combinaram que iam fazer? E o que é esse combinado?
Eu já ouvi minha mãe dizer que a pior coisa no nosso país é a desigualdade.
No curso de preparação para vir para a Terra, eu
aprendi que a desigualdade é como uma corrida de atletismo em que uns podem começar na frente dos outros. Então, as chances para ganhar não são iguais; as oportunidades não são iguais; os direitos não são iguais.
Isso tudo é muito complicado e eu fiquei pensando:
1. Se existem os “escolhidos” para organizar o mundo físico;
2. Se existem os que começam a corrida mais pra frente;
Por que os escolhidos + os que começam a corrida mais para a frente não combinam de ajudar os que estão atrás, e todos chegam juntos?
Desse jeito o nosso país seria feliz e os adultos só ficariam tristes pelas coisas que não pertencem ao mundo físico e que não têm como ser organizadas...
Será que desse jeito ficaria mais fácil para os adultos aprenderem que nossa maior missão na Terra não é ganhar a corrida, mas amar?
Os adultos complicam muito a vida na Terra...
Sou uma bebê, recém chegada nesse mundo físico meio estranho. E é para desabafar que escrevo aqui, mas também com esperança de que sirva para que vocês - bebês que estão por vir - possam se preparar melhor para o que vão encontrar. E tenho também a esperança, ainda que pequena, de que os adultos – inseguros e confusos – também me ouçam, porque a verdade é que os pais e mães, por mais que nos amem, não sabem nos entender...
quarta-feira, 26 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
SEMANA 28 – Meus pais brigaram...
Nós bebes precisamos de muitas coisas. Uma das coisas mais importantes de que precisamos é uma mãe e um pai felizes. Hoje, eu vi a minha mãe e o meu pai brigarem, e fiquei apavorada.
Se eles brigarem, o que acontece comigo? Eles perceberam e me disseram que não era nada demais. Os adultos brigam, e fazem as pazes. As crianças brigam também, e fazem as pazes também. Até os países brigam, e fazem as pazes.
Eu queria que eles mudassem de assunto. E tive uma idéia: eu sorri. Descobri que sorrir é minha arma secreta. É só eu sorrir que mamãe e papai param o que estão fazendo e prestam atenção em mim! E atenção é o que nós, bebês, mais procuramos na Terra. Queremos que os pais, ou quem quer que seja que cuide da gente, nos dê atenção. Queremos sentir a garantia de que estamos sendo cuidados.
Eu acho que isso acontece porque temos medo de sermos abandonados.... Por isso eu gosto de estar perto da mamãe. E do papai. Com eles eu tenho certeza de que não serei abandonada. É por isso também que gosto de me grudar tanto no corpo da minha mãe.
A gente aprende no curso de preparação para vir para a Terra que somos programados biologicamente para fazerem nossos pais nos amarem. E é um programa bem feitinho, pois normalmente funciona. Talvez, a ferramenta mais importante do sistema é o fato de sermos inteiramente dependentes quando nascemos.
Não fazemos nada sozinhos. Os adultos precisam fazer tudo: dar comida, dar banho, trocar a fralda....mas isso não é tudo....
Além de tudo isso que pertence ao mundo físico, a gente precisa de amor. Sobre o amor eu não preciso explicar, é igual aqui e aí: é querer bem ao outro. E o amor pode estar em qualquer lugar, aparece das formas mais diversas, mas é sempre o amor. Pode estar no peito, no abraço, no sorriso, mas pode também estar em trocar a fralda, em dar a comida e em dar o banho.
O amor pode estar em qualquer lugar. Por isso eu fiquei pensando: será que o amor também pode estar na briga? Ou será que quando a mamãe e o papai brigam, o amor vai embora?
Se eles brigarem, o que acontece comigo? Eles perceberam e me disseram que não era nada demais. Os adultos brigam, e fazem as pazes. As crianças brigam também, e fazem as pazes também. Até os países brigam, e fazem as pazes.
Eu queria que eles mudassem de assunto. E tive uma idéia: eu sorri. Descobri que sorrir é minha arma secreta. É só eu sorrir que mamãe e papai param o que estão fazendo e prestam atenção em mim! E atenção é o que nós, bebês, mais procuramos na Terra. Queremos que os pais, ou quem quer que seja que cuide da gente, nos dê atenção. Queremos sentir a garantia de que estamos sendo cuidados.
Eu acho que isso acontece porque temos medo de sermos abandonados.... Por isso eu gosto de estar perto da mamãe. E do papai. Com eles eu tenho certeza de que não serei abandonada. É por isso também que gosto de me grudar tanto no corpo da minha mãe.
A gente aprende no curso de preparação para vir para a Terra que somos programados biologicamente para fazerem nossos pais nos amarem. E é um programa bem feitinho, pois normalmente funciona. Talvez, a ferramenta mais importante do sistema é o fato de sermos inteiramente dependentes quando nascemos.
Não fazemos nada sozinhos. Os adultos precisam fazer tudo: dar comida, dar banho, trocar a fralda....mas isso não é tudo....
Além de tudo isso que pertence ao mundo físico, a gente precisa de amor. Sobre o amor eu não preciso explicar, é igual aqui e aí: é querer bem ao outro. E o amor pode estar em qualquer lugar, aparece das formas mais diversas, mas é sempre o amor. Pode estar no peito, no abraço, no sorriso, mas pode também estar em trocar a fralda, em dar a comida e em dar o banho.
O amor pode estar em qualquer lugar. Por isso eu fiquei pensando: será que o amor também pode estar na briga? Ou será que quando a mamãe e o papai brigam, o amor vai embora?
terça-feira, 11 de junho de 2013
SEMANA 27 - Escola para bebês
Eu entrei na escola para bebês!
Eu imaginei que fosse parecido com a escola que a gente freqüenta quando faz o curso de preparação para vir para a Terra. Mas é totalmente diferente.
Nós bebês temos um espaço grande para brincar. As professoras cantam e contam histórias.
Depois a gente come: são aquelas comidas coloridas que eu já conhecia de casa. E sempre com colher. Eles não deixam a gente tentar, e alguém nos dá comida na boca. Além da comida, cada um tem o seu berço. Tem também o lugar de tomar sol.
Eu gosto da escola, é divertido estar com os outros bebês. Eu não tinha amigos antes. Os outros bebês me entendem. Eles querem coisas muito parecidas com as que eu quero. Sentem coisas muito parecidas também. Divertem-se e choram assim como eu. Eu me sinto muito bem em estar entre eles. Será que é assim que a minha mãe se sente quando está no meio de outros adultos?
E agora eu tenho o MEU trabalho. Mamãe sai para trabalhar e eu saio para a MINHA escola.
Como dizer? Agora me sinto em pé de igualdade! E isso está me ajudando a entender que minha mãe pode gostar e se interessar por outras coisas que não seja exclusivamente EU, e mesmo assim ainda me amar muito.
Eu imaginei que fosse parecido com a escola que a gente freqüenta quando faz o curso de preparação para vir para a Terra. Mas é totalmente diferente.
Nós bebês temos um espaço grande para brincar. As professoras cantam e contam histórias.
Depois a gente come: são aquelas comidas coloridas que eu já conhecia de casa. E sempre com colher. Eles não deixam a gente tentar, e alguém nos dá comida na boca. Além da comida, cada um tem o seu berço. Tem também o lugar de tomar sol.
Eu gosto da escola, é divertido estar com os outros bebês. Eu não tinha amigos antes. Os outros bebês me entendem. Eles querem coisas muito parecidas com as que eu quero. Sentem coisas muito parecidas também. Divertem-se e choram assim como eu. Eu me sinto muito bem em estar entre eles. Será que é assim que a minha mãe se sente quando está no meio de outros adultos?
E agora eu tenho o MEU trabalho. Mamãe sai para trabalhar e eu saio para a MINHA escola.
Como dizer? Agora me sinto em pé de igualdade! E isso está me ajudando a entender que minha mãe pode gostar e se interessar por outras coisas que não seja exclusivamente EU, e mesmo assim ainda me amar muito.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
SEMANA 26 - Quem trabalha onde?
Ando com menos raiva do meu inimigo número 1: vocês já
sabem... o TRABALHO.
Talvez porque estou cada dia aprendendo coisas novas sobre
ele.
Já entendi, por exemplo, que os adultos trabalham porque
precisam organizar a vida na Terra.
Mas ainda não entendi como é que se decide quem trabalha onde. Será que cada um já vem sabendo o que deve fazer? E se todo mundo quiser fazer o mesmo trabalho?
Quando eu vou na pracinha com a mamãe, encontro vários
bebês. E várias mães colocam vários brinquedos no meio de vários bebês. E o que
acontece quase sempre: a gente quer o MESMO brinquedo.
As mães repetem: “com tanto brinquedo, vocês não precisam
querer o mesmo!”
Eu fiquei pensando se com o TRABALHO dos adultos não
acontece a mesma coisa. E se for assim, quem é que decide quem vai trabalhar onde?
Assinar:
Postagens (Atom)