terça-feira, 16 de julho de 2013

SEMANA 32 - O avião

Eu passeei de avião!

Minha mãe disse que o avião voa, que íamos voar, mas eu fiquei sentada e não voei nada... Muita decepção.... 

Primeiro minha mãe me colocou para mamar no peito sem eu pedir. Eu aceitei.  Depois, meus pais fizeram um piquenique que veio em uma bandeja e eu... adivinhem? A papinha de sempre. Mas dessa vez em potinho.

Estou me desinteressando das papinhas. Outro dia eu tava na minha cadeirinha comendo a minha comida de sempre quando vi que a comida que o meu pai e a minha mãe estavam comendo: era muito mais colorida! E muuuuuito melhor! Eu mergulhei em cima do prato do meu pai e fiz a maior confusão....  Por que eles me dão essa comida sem graça e comem uma comida com cara muito melhor?

No avião, descobri que o tal piquenique que vem na bandeja é uma tal de comida industrializada, uma novidade e tanto da vida aqui na Terra.

Aí, alimentada, eles me colocaram num bercinho e eu dormi. Meus pais estavam preocupados sobre como seria a viagem, e não foi nada demais. Para mim foi bem decepcionante... Já para eles foi impressionante porque foi muito mais fácil do que haviam imaginado.

Na verdade é mais fácil viajar agora do que depois. Nós – bebês - não temos  necessidade de nos mover e podemos ser confortados com peito ou mamadeira.  Além disso a gente não chuta a poltrona da frente nem derrama a bebida e nem precisa ir ao banheiro justo na hora em que os carrinhos de comida estão bloqueando o caminho! Eu vi as crianças maiores fazendo muita confusão!

Eu não voei, como havia imaginado....
Parece que aqui na Terra, só os pássaros voam.

Eu já sabia – pelo curso de preparação – que aqui a espécie humana não pode voar. Mas achei- quando minha mãe disse que íamos voar no avião – que alguma nova descoberta havia sido feita e que finalmente os humanos poderiam voar.

É o avião que voa. Nós não...

terça-feira, 9 de julho de 2013

SEMANA 31 - Engatinhando!

Estou engatinhando! É uma coisa incrível. A mais incrível dos últimos tempos!

Tudo mudou. 
Eu posso ir de um lugar a outro! 
Antes, eu só mudava de lugar sendo carregada por alguém. Podia ser no carrinho, no colo, no berço, mas eram os adultos que me colocavam em um lugar, ou em outro lugar.

Agora, se estou em um lugar e quero mudar, posso ir sozinha, sem precisar de ninguém!

É incrível. Mas não é só uma questão de ir de um lugar a outro.
É uma questão de poder DECIDIR onde ir.
É maravilhoso!

Requer esforço. Eu ainda não sei engatinhar bem. Mas já consigo buscar objetos do meu interesse; seguir um barulho; e algo sensacional: procurar (e achar!) a mamãe se ela sai de perto de mim.

Decidir é quando você escolhe o que fazer. 
Na nossa vida de bebês, temos pouquíssimo poder de decisão. E pelas minhas observações, parece que quanto mais independência conquistamos, maior poder de decisão adquirimos – será?

Nossa vida, neste momento, é determinada por termos – ou não – uma mamãe e um papai que nos ame. Entender, vocês já sabem, eles nos entendem pouco. Mas quando eles nos amam (e na maioria das vezes isso acontece) eles passam o tempo todo nos ensinando coisas, para um dia podermos decidir sozinhos. 

Engatinhar é um dos primeiros grandes passos no caminho para a independência!

terça-feira, 2 de julho de 2013

SEMANA 30 - O olhar

Eu contei para vocês outro dia sobre um monte de coisa que os adultos precisam fazer para a gente, porque chegamos aqui sem realmente saber nos virar no mundo físico....

E me lembrei do curso de preparação: nós somos os bebês mais prematuros de todas as espécies! Funciona assim porque precisamos ser pequeninos para caber no canal do parto. 

Nós precisamos de muitas coisas – alimento, proteção, calor, amor... – é tanta coisa que os adultos acabam achando que a gente não sabe fazer nada.... 

Por outro lado, aprendemos tanto e tão rapidamente logo nos primeiros meses:

- viver fora da barriga
- respirar sozinhos
- mamar no peito (ou na mamadeira...são ambos muito difíceis...)
- dormir longe do colo da mamãe
- reconhecer pessoas, olhar nos seus olhos
- mexer o corpo
- sentar

É muito assunto para aprender! De tudo o que eu aprendi até agora, o que eu gosto mais é de olhar o que está a minha volta. 

E sobretudo olhar as pessoas. Eu fico fascinada com os olhos porque pelos olhos dá para entender tudo o que está acontecendo dentro da pessoa. É só prestar atenção.  Tenho a impressão de que os olhos contam o que a pessoa está vivendo... e isso me encanta.

É por isso que a gente entende tão bem os adultos, mesmo quando ainda não sabemos entender o significado das palavras. Está tudo dito no olhar. É só olhar!

Apesar de achar que minha mãe me entenda - na maioria das vezes - apenas com um olhar, eu sei que isso não acontece com a maioria dos adultos. Eles nos olham, nos olham, e não nos entendem!