Essa semana eu
ganhei muitos presentes de aniversário! Meus pais me deram dois livros: um para
bebês e um de história escrito em espanhol. Minha mãe me disse que comprou os livros
em um Shopping Center dos livros chamado Bienal, que é o único Shopping no qual
ela verdadeiramente se diverte.
Minha tia
Eleonora também me deu um livro, mas adicionou um tênis cor de rosa. Ela disse
que escolheu os dois para que um (o livro) cuidasse do meu lado “intelectual” e
o rosa do tênis, do meu lado “feminino”. Fiquei um pouco confusa com todos
esses termos... será que tudo no mundo dos adultos é assim tão definido? Se
quando brincar com o livro sou “intelectual” e quando vestir o rosa sou
“feminino”? Deve ser isso....e se só usar o rosa não posso ser intelectual?? E
se só brincar com o livro não sou “feminino”? .
Então veio o
presente que me causou a reação mais imediata: o baldinho de areia que ganhei
de outra tia. Lembrei de todos os dias que passeio na pracinha e pensei como
aquele baldinho com pá me seria muito
útil! Minha tia se encheu de orgulho e disse pra minha mãe com um pouco de
desdém: “Claro que preferiu o meu presente! Com um ano, que criança iria
preferir um livro? Elas querem brincar!
Teve também um
amigo da minha mãe que veio com um presente desconhecido: uma Barbie! Ele me
explicou que a Barbie é a boneca mais famosa aqui na Terra e que estava me
dando porque sabia que meus pais não teriam pensado em me dar uma Barbie! Explicou
que é gostoso ter o que chamou de “objetos de desejo coletivo”. Fiquei pensando
nisso...por que será que meus pais não pensaram em me dar uma boneca pra eu ter
um “objeto de desejo coletivo”??
A verdade é
que gostei de tudo: da minha Barbie, do meu tênis cor de rosa, do meu balde com
pá e de todos os meus livros! Assim posso ser “intelectual” e “feminino”,
brincar e, de quebra, ter um “objeto de desejo coletivo” – seja lá o que isso
significar!
E pra terminar
meu dia da melhor maneira possível, minha mãe me contou como tudo aconteceu desde
o dia da minha chegada na Terra, que é o dia que ela considera a minha chegada
no mundo. Os adultos não sabem, mas a nossa chegada é bem anterior ao dia do
parto. Mas isso fica para outro dia!
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