quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CAPÍTULO 39 - A primeira febre

Esta noite, pela primeira vez, tive febre. Mamãe ficou logo apavorada. Mas papai não. Acho que ele percebeu que não era nada, quer dizer, era apenas alguma virose sem maior importância. E conseguiu convencê-la a não irmos para o hospital. 

Fiquei feliz por meu pai ter conseguido convencer minha mãe a me deixar em casa. Imagina você estar com 39,5 de febre, mole, com frio, se sentindo mal e, ao invés de ficar na cama dos pais, quentinha e protegida, ser levada para um hospital? Deve ser horrível...

Mas minha alegria não demorou muito. Sem perguntar para ninguém o que fazer quando o bebê de 09 meses está com 39,5 de febre, resolveram me molhar! Que desastre... eu chorei bem alto, mas não serviu para muita coisa: eles acharam que meu choro era de frio e acabaram me levando pra dentro da pia mesmo assim... eles definitivamente não me entendem!

Na manhã seguinte, fui salva pela pediatra! Ela foi logo dizendo: “Banho frio é o último recurso – nunca o primeiro!” Obrigada querida pediatra; outro banho frio e eu ficaria realmente acabada!

Com todo o ocorrido, ganhei o dia em casa. Foi a primeira vez que faltei na escola. Mas achei um exagero da mamãe, porque eu já estava bem, sem febre e pronta para brincar com os meus amigos. As mães são assim mesmo, muito preocupadas. 

Quando Papai chegou, logo perguntou: “Margarida não foi pra creche?” E mamãe, com aquela voz decidida, própria da maternidade quando confrontada com a paternidade, respondeu com certa arrogância: “Claro que não, teve 39,5 de manhã.” 

Eu troquei um olhar de cumplicidade com o papai, e ele entendeu que era melhor assim, deixar a mamãe tranquila, com sua certeza de que fez o que é bom pra mim. 

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