terça-feira, 28 de maio de 2013

SEMANA 25 - Uma boa notícia!

Quando eu comecei a achar que minha mãe não gostava mais de mim - porque ela agora vive fora de casa com o TRABALHO - veio a revelação: minha mãe disse que preferia ficar comigo!!!!!!!!!!!!

Ela me explicou que voltou para o trabalho porque isso é importante pra ela também, mas disse que eu sou ainda mais importante! Aí tudo mudou... 

Ela prefere ficar comigo! O TRABALHO é um inimigo, mas não é um inimigo muito forte. Ela pode até passar o dia com ele, mas prefere estar comigo! Depois que ela falou isso, eu até parei de chorar quando ela vai embora. Eu entendi que o trabalho faz parte da vida dela. Mas eu sou mais importante. 

E daí eu pensei uma coisa: as EMOÇÕES valem mais que o TEMPO. Explico: o trabalho é o que as pessoas fazem para construir o mundo. E para isso é preciso TEMPO. O mundo precisa de muita gente trabalhando, durante muito tempo, para tudo acontecer. Quase tudo o que a gente vive no mundo físico vem do trabalho. A comida, a casa, as roupas: para tudo existir é preciso haver trabalho.

Mas aí eu fiquei na dúvida: minha mãe produz o leite que eu tomo. Isso é um trabalho. E é muito leite porque eu mamo várias vezes por dia.

Por que então ela tem dois trabalhos?

terça-feira, 21 de maio de 2013

SEMANA 24 - Minha mãe foi embora....


Minha mãe foi embora...agora só a vejo de noite...todo o dia agora é com o TRABALHO. 

Será que ela não gosta mais de mim?

No momento em que ela vai sair, eu choro. E mesmo assim ela vai embora.... ou seja, já aprendi que chorar não adianta.

Ela me diz que tenho que entender: os adultos trabalham. Não apenas os homens, as mulheres também. A minha mãe explicou que tinha parado de trabalhar fora de casa quando eu nasci porque no começo é muito importante a mãe ficar com o bebê. 

Nós sabemos disso melhor que os adultos:
1. Precisamos da nossa mãe porque é ela que nos amamenta.  
2. Precisamos da nossa mãe porque o processo de separação da vida da barriga é muito radical para nós.  

Mas ela explicou ainda mais: aqui na Terra existe aquele negócio que regula tudo: a Lei. E essa lei no país que a gente vive decidiu que as mães têm 4 meses para ficar com os seus bebês (mas a minha mãe conseguiu 6!). 

Esse pessoal da Lei deve ser bem sabido, pois conseguiram entender algo que eu não consegui: 
Por que 4 meses? 
E por que para todo mundo é igual? 
E se a bebê que mora ao lado ficar bem com 3 meses? 
E se eu e a minha mãe precisarmos de 1 ano????? 
Será que eles pensam que todos os bebês e todas as mães funcionam igualzinho??

Vou dizer o que eu penso: eu desconfio desse pessoal da Lei....


terça-feira, 14 de maio de 2013

SEMANA 23 - O Trabalho da Mamãe


Eu soube, recentemente, que a minha mãe trabalha fora de casa, e que parou de trabalhar quando eu nasci. 

Ela já tinha me explicado, e tinha falado também que voltaria a trabalhar em algum momento. (mas eu esqueci sobre essa segunda parte porque não gostei).

E então, nessa semana, isso aconteceu: minha mãe me disse que vai voltar a trabalhar na rua LOGO. Disse mais: que eu vou ficar com a Neide e quando eu aprender a engatinhar vou entrar na creche.

Creche é um lugar para bebês. Minha mãe disse que vou gostar porque tem muitos bebês e muitos brinquedos, é um lugar bonito, cheio de atividades divertidas.

Neide é uma moça muito boazinha que está sempre por aqui arrumando a casa. Minha mãe quase não sai de casa sem mim, mas quando sai é com a Neide que eu fico. Eu gosto da Neide, ela é muito legal, mas estou aterrorizada... esse trabalho da minha mãe parece ser um competidor muito desleal. 

Ela vai passar muito mais horas com ELE do que COMIGO. E por causa do trabalho, ela não vai ficar em casa. E por que ela não falou antes que seria assim?

A Neide pode até me dar mamadeira, mas e o peito? Eu sempre mamei o dia inteiro no peito!

Será que ela gosta mais do TRABALHO do que de mim?

Eu achei que já tinha passado a parte mais difícil e vejam só o que acontece agora...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

SEMANA 22 - A primeira papinha

Hoje, uma grande novidade: comi a primeira papinha. 

Eu não entendi bem pra que serve, afinal tenho o peito e a mamadeira. Só sei que de repente colocaram um negócio na minha boca chamado COLHER. É uma espécie de mamadeira, mas que carrega COMIDA. 


O que a gente toma no peito e na mamadeira é LEITE. Leite é BEBIDA. Descobri, então, que tem outro alimento, que é COMIDA. E dá muito mais trabalho. Eu achei complicado. Mas o gosto é até bom. 


Meu pai e minha mãe acharam muito importante a minha primeira papinha. Eles tiraram foto e contaram para a família inteira. Eu não comi não.... mas só no início, porque não entendia como usar a tal da colher.


E daí eu chorei  - eu tinha fome e o que queria mesmo era o leite. Então eles desistiram de insistir na papinha e me deram leite.


Mas eu já entendi que isso não vai adiantar sempre.... vou ter que aprender a comer essa tal de papinha.... 


Aliás, uma coisa é certa na vida na Terra: quando você acha que está adaptado à situação, tudo muda de repente. Toda vez que eu estou tranquila, vem novidade!



PRÓXIMA PUBLICAÇÃO: 13 de maio 

terça-feira, 30 de abril de 2013

SEMANA 21 - Minha Mãe e o Trabalho


Agora que a gente sai mais para passear, mamãe me apresentou uma bolsa na qual eu posso ir dentro. Parece a bolsa de canguru. É uma maravilha porque a mamãe pode fazer várias coisas enquanto eu estou ali, feliz e quentinha – ou seja, apesar da mamãe poder se sentir livre, eu posso continuar a ser muuuito dependente dela. Foi assim também que ela passou a sair mais. Pra mim, é aconchegante e próximo.

Hoje, ao som do corpo da minha mãe (aquele igual ao que eu ouvia quando estava dentro da barriga dela), eu fui - no canguru - ao centro da cidade, fazer compras com minha mãe e meu pai.

Minha mãe me explicou que o centro é a parte da cidade onde estão os bancos, os museus e os homens que trabalham com terno e gravata. Terno e gravata é o uniforme de trabalho.

Mas eu não sei se entendi trabalho muito bem. Confesso que fiquei confusa com o que vi. Explico: lá de casa, eu pensava: os homens trabalham na rua, e as mulheres trabalham em casa, com seus bebês. 

Mas hoje eu vi – no centro da cidade - um monte de mulher que trabalha na rua!

A minha mãe tentou explicar e foi aí que eu me preocupei... ela falou que ela também trabalha FORA DE CASA! Ela só parou de trabalhar quando eu nasci!

E o pior: um dia ela vai voltar a trabalhar!! E eu????

A minha mãe falou que trabalho é o que a pessoa produz. Se a minha mãe me “produziu”, eu sou o trabalho da minha mãe. Por que ela vai trocar um trabalho – que sou eu – por outro trabalho – que não sou eu???

sexta-feira, 19 de abril de 2013

SEMANA 20 - A hora de dormir

Acabei de completar 5 meses! E agora as amigas da mamãe começaram a insistir que ela tem que obedecer a uma nova regra:  me ensinar a dormir sozinha. Será? Como sempre, acabo me perguntando: de onde o pessoal tira tanta regra? 

Eu desconfio que esse seja um assunto tabu por aqui. Mas me lembro bem do curso de preparação e posso afirmar: é tudo uma questão cultural.

No curso aprendi que desde a Pré Historia nós dormíamos junto das mães. Se era assim naquela época, quando as pessoas adultas não pensavam tanto, mas agiam mais instintivamente, algo me diz que se a mamãe - e suas amigas - seguissem o coração, elas seriam felizes em dividir a cama com os seus bebês.

Existe um milhão de maneiras certas para agir, mas os adultos sempre falam como se somente existisse uma única forma, como se houvesse apenas um lado da verdade.

O que será que leva tanta gente a opinar? Já ouvi de tudo: deixe chorar por cinco minutos... fique ao lado por vinte minutos...

Eu queria que mamãe ignorasse os conselhos dos outros e ouvisse só a mim.... Mas ela acha que sou um bebezinho, que não sei nada, e que os adultos sim sabem tudo. Mal sabe ela que eu sei melhor que os adultos o que me faz mais feliz.

Ela tentou me ensinar a dormir sozinha, mas eu consegui convencê-la a desistir! Agora, ela me faz carinho e me dá vários beijos. Depois, fica comigo até eu adormecer.  

E não é que já ouvi uns adultos dizendo que eu estou “manipulando”a minha mãe??? Gente maluca! Eu sou um bebê! Por que é tão difícil entender que eu não quero, ainda, ser independente? Eu quero aproveitar ao máximo o colo da minha mamãe, quando isso ainda é possível. É onde me sinto mais segura e mais feliz.

Eu sei que a vida é difícil para os adultos. E acho que uma das razões é porque eles não têm mais o colo de mãe.

Por que será que quando a gente cresce perde o colo de mãe?
Será que os adultos não cabem no colo da mãe deles?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

SEMANA 19 - A Nova Lei e as Babás

Essa semana as amigas da minha mãe só falam de um assunto: como conciliar as babás com uma lei nova que acabou de aparecer?

Hoje tenho muita coisa pra explicar. Vou começar pela LEI: Lei é o que os adultos determinam como regras que todo mundo tem que seguir. Eu não sei exatamente quais assuntos são tratados por essas tais leis, mas sei que elas variam de acordo com o tempo e o espaço.

Será que mamar a cada 3 horas é uma Lei? Será que minha mãe está indo contra a LEI para me deixar feliz? Ihhhh....

Bem que podiam incluir um curso de LEI na preparação para vir para a Terra... Nós ficaríamos bem mais situados!

Pois bem, voltando aos recentes acontecimentos: os adultos inventaram essa nova lei para regular o trabalho do pessoal que trabalha dentro da nossa casa. E ela traz muitas mudanças.

Minha mãe disse que mudar costuma ser difícil pra todo mundo, mas que são mudanças muito boas porque, pela primeira vez, todo mundo vai ter que se lembrar de respeitar vários direitos do pessoal que tanto ajuda nossa família a se organizar (bom, sobre o que é direito vamos ter que falar em outro dia, pois esse tal de direito é difícil).

Não entendi muito bem e minha mãe economizou na explicação.... mas ela até chegou a falar de escravidão....

BABÁ = ESCRAVIDÃO?

Eu lembro, e até já contei para vocês, que na Terra já  houve escravidão: uma coisa horrível, quando um homem é  dono de outro homem e pode obrigá-lo a fazer tudo o que quiser.

Mas eu não consegui entender o que as babás têm a ver com isso....

A nova lei diz que as babás só podem trabalhar por um tempo (ou seja, não podem ficar o dia inteiro trabalhando). Eu não entendo bem o tempo, mas as amigas da mamãe dizem que esse tempo da lei não dá para cobrir o trabalho delas + o tempo de ir e voltar para casa. Mas aí me lembrei da escravidão: será que o que minha mãe quis dizer com isso é que está certo limitar o tempo de trabalho delas porque afinal de contas elas têm sua vida para viver e ser babá é apenas um trabalho? Se elas tivessem que ficar o tempo todo comigo, como iriam viver suas próprias vidas?

Depois de falarem uma tarde inteira, chegaram à conclusão que a lei é de fato boa. Mas chegaram também a uma conclusão interessante: que gostariam de trabalhar menos para não depender tanto de babás.

Foi aí que eu me impressionei: Então as mães dependem das babás?

Isso é uma lição importante para vocês e vou explicar o porquê: as babás são mulheres vestidas de branco que passeiam com os bebês e cuidam dos bebês quando as mães NÃO estão por perto.

As mães não estão por perto porque tem que fazer outras coisas, como trabalhar, ir ao supermercado e ao cabeleireiro. Também existem babás que ficam ao lado das mães. Mas nesse caso o papel da babá já fica confuso pra mim.... não sei explicar... penso depois nisso!